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Viaduto metálico do Corgo (Caminho de Ferro do Douro)

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"Da Régua, segue pelo Peso uma outra estrada que se dirige a Chaves, por Vila Real , e na qual ficam situados adiante desta última povoação, os estabelecimentos das águas das Pedras Salgadas e de Vigado . Até Vila Real, tentou-se, em tempos, fazer a tracção por meio de um caminho-de-ferro de sistema americano , porém as rampas sucessivas e muito íngremes dessa estrada tornaram inúteis os esforços que para isso empregou uma companhia que teve de dissolver-se com prejuízo total para os seus accionistas. Nesse caminho chegaram, inclusivamente, a ensaiar-se máquinas a vapor, mas sem resultado. Desde que a filoxera começou a devastar os vinhedos desta importante zona, a vila da Régua tem decrescido muitíssimo no seu movimento comercial, reflectindo-se nela a miséria que lavra em muitas povoações do país vinhateiro. O aspecto daqueles alcantis, outrora exuberantes de seiva e de fertilidade, é hoje desolador e assim não há ninguém que ao atravessar essa região não sinta a alma

A nova linha de Vila Real às Pedras Salgadas – aspetos pitorescos

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Vista de Vila Real, tirada da estação do caminho de ferro A série de fotografias, que inserimos hoje, reproduzindo alguns graciosos trechos da nova linha férrea das Pedras Salgadas [ desde Vila Real, e inaugurada a 14 de Julho de 1907 ], e que foram tiradas pelo enviado especial da Illustração Portugueza , não poderão deixar de confirmar o que já dissemos a respeito desta linha, por ocasião da sua recente inauguração . Apesar de lhe faltarem obras de arte, o ramal de Vila Real às Pedras Salgadas não pode deixar de ser considerado um dos mais interessantes e pitorescos do caminho-de-ferro do Douro, pela beleza característica da sua paisagem agreste e alcantilada. A paisagem transmontana é essencialmente diferente da minhota. Enquanto uma aparece gentil e amável, com toda a graça radiosa de um verdadeiro jardim, a outra é severa, imponente, muitas vezes áspera e rude, sem que, por isso, deixe também de ser bela. Simplesmente tem a sua formosura especial e própria. As serras

Uma queda do Rio Corgo

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Vila Real - uma queda do rio Corgo (Cliché do rev. Carlos Simões d'Almeida) Ilustração Católica, nº60 - 23 de Agosto de 1914 O Corgo Eh!... Corgo , como te mostras hoje arrogante, neste Fevereiro de chuvas a resumirem em dois ou três dias de dilúvio todo o Inverno que passa!... Assim, sim!... Peitalhudo, transbordas como um rio a valer, aos empurrões a toda a gente, cheio de força contra o garrote que te estrangula a passagem a que a topografia te obriga por entre penhascos de sonho e pesadelos de inferno. Lá vais tu de gargomilhos espremidos, desde Sta Margarida à Ínsua , bazófias a disfarçar os medos com o vozear tonitruante das tuas cantigas roucas e nervosas que até parecem trovões em noite de tempestade.  Quem é que, assim, te não teme a besta fera que levas junto ao peito por companhia?... Contigo toda a porcaria de meio distrito e duma cidade que faz fétida a subserviência acomodatícia com que, no Verão, arremedas as linhas de água e regueiras de lima aos pastos bordados de

Escarpas do Corgo - Início de um caminho...

As Escarpas marcam, indubitavelmente, a cidade de Vila Real e a sua relação “íntima” com o Rio Corgo , quase seco no Verão mas, quantas vezes, barrento e tumultuoso em dias de Inverno mais chuvoso. É assim a opinião livre de amarras ou freios. Muitas vezes apenas silêncio ou simples murmúrio, mas que ecoa mais alto que qualquer sino de igreja matriz. Outras vezes, um grito de alerta, incómodo, mordaz, que atinge e desperta para realidades que teimam em manifestar-se, apesar de tentativas infrutíferas de as fazer desaparecer ou, pelo menos, atenuar ou enfraquecer. É preciso estarmos atentos aos “ sinais dos tempos ” e agirmos – mais que reagirmos – por convicção e de acordo com a nossa consciência, limite primeiro e último da actividade de cada um de nós, enquanto seres humanos. E como o caminho se faz caminhando, como disse o poeta, lancemo-nos ao caminho… José Pinto