Mensagens

A mostrar mensagens com a etiqueta Rio Corgo

Rio Corgo | Poema de Manuel Cardona

Imagem
Num eterno e amargo chôro, De pedra em saltando, Vão tuas aguas buscando As aguas turvas do Douro. Mas nos açudes, a dôr Que rezavas inda há pouco Num sonho que te faz louco, Muda-se em cantos de amôr. Me lembras então, sorrindo, Que pelo vale seguindo, Em tardinhas feiticeiras, Miras em doce segredo, E a tremer de amor e medo, O corpo das  lavadeiras ... Manuel Cardona,  Cantares da Serra . - Porto: Livraria Nacional e Estrangeira - Editora, 1923 Sugestões: O Rio das Lavadeiras – Rio Corgo em Vila Real Ponte metálica sobre o rio Corgo, em 1914 A foz do rio Corgo, junto à Régua

O Rio das Lavadeiras – Rio Corgo em Vila Real

Imagem
O Rio das Lavadeiras "O Rio das Lavadeiras ... Talvez deva começar por explicar, a quem não esteja familiarizado com a toponímia vila-realense, o que vem a ser o Rio das Lavadeiras . O rio que tem este nome, de ressonâncias poéticas e laborais ao mesmo tempo, acaba por nem sequer ser um rio, mas apenas uma levada desviada do Corgo , ali defronte do Parque Florestal , onde desde tempos imemoriais a roupa do Bairro de Santa Margarida , que ainda não metera máquina eléctrica portas adentro, vinha ajustar contas com a água e o sabão. Que tem lá isso perguntará o Leitor -, roupa lavada no rio há em toda a parte. Pois há. Mas não sei que mistério tinha aquela levada e mais as mulheres que lavavam nela e mais a roupa a secar ao sol no estendedouro, colorida como um andor e, vista de além do rio, com o casario pitoresco da Rua do Corgo em fundo, não sei que raio de mistério tinha aquilo, digo, que era um regalo para os olhos. Era um apontamento etnográfico bem impressivo, tão dig

Ponte da Timpeira | Pontes antigas em Vila Real

Imagem
  Ponte da Timpeira sobre o rio Corgo Cliché de Miguel Monteiro "Ilustração Portuguesa", nº733 - 8 de Março de 1920 A construção da Ponte da Timpeira , sobre o rio Corgo , terá tido início a 20 de Maio de 1863, ou em 1861, dependendo das fontes. Tem 22 metros de comprimento e 17,03 metros de altura, e por ela passava a antiga E.N. nº15, que ligava as cidades do Porto e de Bragança. Por ela passava, também, o traçado inicial do  Circuito Internacional de Vila Real . A sua construção veio substituir, em parte, a utilização da ponte romana de Piscais , que lhe fica um pouco acima. *** "Quem vê esta foto da Ponte da Timpeira, em tempos fim da freguesia de Mateus e começo da freguesia de Borbela, a qual foi capa da "Ilustração Portuguesa", dirá que existe ponte mas não existe estrada. De facto no final da ponte há uma mancha negra, sem continuidade. Tal deve-se ao facto de a estrada "fontista", construída na década de 60 de Oitocentos, ao final da p

Ponte metálica sobre o rio Corgo, em 1914

Imagem
Ponte sobre o Corgo em Villa Real de Traz-os-Montes Cliché do sr. António P. A. Leite ("Occidente" nº1264 - 1914) A Ponte Metálica - velho sonho de ligação das duas margens de Vila Real – foi construída segundo um projecto de 1889, incluído no estudo da estrada entre Mondim de Basto e Covelinhas, e inaugurada em Maio de 1904. Nota: Na legenda original da foto, há um lapso: aparece "Corvo" em lugar de "Corgo". O cliché terá sido tirado do local (aproximadamente) onde hoje está instalada a Unidade de Saúde Familiar Nuno Grande. Para saber mais, clique aqui . Sugestões: Ponte de Torneiros (Arroios) – é medieval ou não? Ponte de Machados | Pontes antigas em Vila Real Vila Real – Capital de Trás-os-Montes e Alto Douro

A Feira de Santo António em Vila Real (1919)

Imagem
Uma rua de barracas no Calvário. Nos dias da feira, principalmente ao cair da noite, é um verdadeiro Chiado, onde a melhor sociedade passa algumas horas agradáveis. A Feira de Santo António A origem das feiras portuguesas perde-se nos tempos remotos do período de formação histórica da nossa nacionalidade. Foram sempre uma necessidade nas relações comerciais e agrícolas do nosso povo, para a troca, a compra, a venda e, a princípio, as oscilações do câmbio. No reinado de D. Fernando , as feiras tiveram uma grande importância.  E ainda hoje, por todo o Portugal, se realizam, sendo, porém, as mais pitorescas, as que têm a caracterizá-las um cunho verdadeiramente tradicional, as do Minho e de Trás-os-Montes . Uma barraca de tenda no Carmo. O Alentejo tem as suas grandes feiras de gado, o Algarve tem também as suas feiras, mais ou menos características, mais ou menos pitorescas. As feiras... quanta recordação e quanta saudade neste simples nome! Quanta confidência que os namora

“Belezas do Corgo”… porque são bem bonitas as mulheres da nossa Bila!

Imagem
« (...) Visto isto, toca a descansar. A peleja foi bravia. É legítimo o repouso. Boceja. Espreguiça-se. Quase adormece, bem dizendo o dossel letárgico dos amieiros da Timpeira , no merecido usufruto da paz conquistada - a vila cidade , a três tiros de funda, no topo de desafogada colina, a arrolar- lhe o sono, a trautear a redondilha: Das cidades é o Porto Das vilas, Vila Real. Não há terra como a minha No reino de Portugal. Espreguiça-se e boceja na moleza acariciante do açude das Lavadeiras . Dali, meio amodorrado escorrega ao encontro da ponte de Santa Margarida. (...)» “O Corgo, vida e obras dum rio”, Dr. Sousa Costa | Imagem meramente ilustrativa, in "Ilustração Portuguesa", nº706 - 1919 Sugestões: Idílios aos Amores de Verão, no Rio Corgo Rio Corgo - Vila Pouca de Aguiar e Régua Uma queda do Rio Corgo

A foz do rio Corgo, junto à Régua

Imagem
A foz do rio Corgo O Corgo "Atinge a Régua. Não pode mais. Sente-se nos termos dos seus trabalhos. Vê à sua frente o rio Douro, frio e sinistro, chamando-o a contas em rudes vozes. File amigo, despede-se das ribas afestoadas de cepas. Bom cristão, faz o sinal da cruz. E na singeleza dos mártires e dos heróis, entrega-se resignadamente à morte - morre nos braços do rio Douro, que o recolhe às entranhas e por fim o sepulta no mar." (1) ***** “O viaduto metálico do Corgo tem 156 metros de comprimento e a altura máxima de 25. É formado por três tramos, um dos quais mede 50 metros e dois de 40, sendo assente em pilares de pedra; um dos pilares tem ensecadeiras. As alvenarias que se empregaram foram na quantidade de 4.700 metros, dos quais 1.500 em fundações, que têm a profundidade de 8 metros e 3.200 em elevação. A estrutura metálica foi fornecida pela casa Cail & C.ª, e toda a obra importou em réis 69.424$501." Para saber mais (1) Extrato final de &qu

Ponte de Piscais | Pontes antigas em Vila Real

Imagem
Ponte de Piscais sobre o Rio Corgo Ponte de arco romana, em cavalete, com rampas levemente inclinadas, possuindo do lado da margem esquerda uma inflexão, assente sobre quatro arcos de volta perfeita desiguais, de aduelas largas e regulares. Ponte de aparelho construtivo de grande qualidade e com o perfil fazendo pequena curva e as aduelas dos arcos de características romanas. Os dois arcos centrais medem cerca de cinco metros de corda e dez metros de altura e os dois laterais são levemente menores, possuindo no interior de todos os arcos baldoeiros de armação do cimbre. A jusante possui três talhamares de contorno triangular e, no lado oposto, a montante, talhantes quadrangulares. Tabuleiro com pavimento em lajes de cantaria granítica, apresentando ainda vestígios de um antigo pavimento de alcatrão. As guardas são de cantaria de granito, com os blocos encaixados uns nos outros com reentrâncias do tipo macho e fêmea. Estabelece a ligação entre o termo de Ponte , da União

O Tarragido em Vila Real

Imagem
O Tarragido, rio Corgo (Vila Real) "O Tarragido , diz o escritor trasmontano dr. Sousa Costa, fica a uns centos de metros abaixo de Vila Real , espécie de fenda, da altura de quatro andares, por onde a água redemoinha, esbravejante, tão embranquecida de espumas como se fosse neve em flocos, rolando em sucessivas cascatas. No Tarragido esquecemo-nos da terra que produz pão e mel, para de todo nos absorvermos no domínio absoluto da rocha, em que não rasteja musgo, nem aresta de urze. Rocha que é esterilidade, secura, desolação e ódio, principalmente, ódio!... O inacessível encontrou ali a sua dura expressão de desafio, vigorosamente definida. E as águias, rainhas do espaço pelo voo e pela garra, tão bem lhe reconhecer a aspereza inviolável, que, apenas as primaveras verdejam nas colinas distantes, procuram o abrigo duma das suas cristas..." Fonte: " O Douro ", Manuel Monteiro, 1911 (texto editado e adaptado)

Rio Corgo - Vila Pouca de Aguiar e Régua

Imagem
Vila Pouca - um casebre rústico (Phot. de Miguel Monteiro) "Irmão, sim. Disse-o algures. Torno a dizê-lo. A mãe dele é minha mãe - Vila Pouca de Aguiar. E Vila Pouca, ao dar-nos à luz, se alguma coisa marcou diferença entre mim e ele, foi na data do nascimento - a do Córgo algo anterior à minha, apesar da minha contar à roda de dois séculos. Que, no tocante a naturalidade, por pouco nos não igualou - fazendo-o nascer no meu berço, ou a mim no berço dele. Eu nasci em casa com janelas traseiras debruçadas sobre o Chão Grande - cortinha dos meus avós paternos, estimada em não sei quantos alqueires. No Chão Grande nasce o rio Córgo, quando muito a cinquenta braças da casa onde eu soltei os primeiros alentos. (…)" Régua - cachoeiras do Corgo (Phot. de António Teixeira) “Por último, agora de maior idade, à testa do cortejo das bem amadas, mete resoluto à Régua. Domestica as penedias do  Tarregido . Ensina o caminho às paralelas da via férrea. Lava os pés aos laranjais ribeiri

Idílios aos Amores de Verão, no Rio Corgo

Imagem
Idílio aos Amores de Verão, no Rio Corgo Na margem direita do rio Corgo, certa tarde, Com farnel e cana de pesca me tentava recrear… Mas avistei linda “sereia” debruçada a lavar, E dela me acerquei de mansinho, sem alarde! Era um dia de calor, daqueles que tudo arde… Sentei-me numa laje junto à moça, a prosear… E ao ver-lhe entre a blusa os nus limões a saltitar… Imaginei-a, qual Bardot, num filme erótico de Godard! Lembro uma perfeita Vénus mui gentil, pele sedosa… Da veste branca, entre a água, a nudez lhe transparecia… Qual formosa visão! Doce oferta dos altos céus!   Não esquecerei, jamais, aquela bela pescaria… Nem aquela santa dádiva tão maravilhosa, Que nessa tarde desfrutámos, para gáudios meus! Alfredo Martins Guedes (Aveiro – Jardim Calouste Gulbenkian - 01 de Setembro 2020) Imagem: Na margem do rio Corgo (cliché do distinto fotógrafo amador sr. Miguel Monteiro, de Vila Real). Ilustração Portugueza, II Série, nº692 - 26 de Maio de 1919 Sugestões: E se Vila R