O Marão, formidável montanha a Poente de Vila Real
Vila Real, Oh! que linda és: Tens o Corgo aos Pés Em adoração! Vila Real Como és gentil: Canta-te o Cabril, Beija-te o Marão! (Refrão da Marcha de Vila Real , da autoria de Mons. Ângelo Minhava ) “O Marão - talvez não saiba ainda - é esta formidável montanha a Poente, baluarte de granito, esculpida em convulsões cósmicas, carregada até ao cerne de dramatismo, que não só nos separa como nos isola, e por isso nos molda e dá identidade e a obstinação. Teixeira de Pascoaes , um Poeta de Amarante (cidade do outro lado do Marão), adivinhava nele uma alma gémea da sua, com quem conversava a horas mortas, em noites de temporal desfeito, em que os fantasmas feitos de neblina e escuridão vagueavam pelos cerros e despenhadeiros, pagando promessas e expiando crimes. Esta visão espectral do Marão quadra-lhe bem. É de facto difícil contemplá-lo e não o sentir inquieto, como quem domina a custo ímpetos fundos de se fazer gente e amar. Os grandes Poetas, como Pascoaes, têm o dom