Declaração de interesses
De
acordo com a Lei, é obrigação dos
titulares de cargos políticos e equiparados e dos titulares de altos cargos
públicos apresentarem, no Tribunal Constitucional, e no prazo de 60 dias
contados da data de início do exercício das respetivas funções, a declaração
dos seus rendimentos, bem como do seu património e cargos sociais.
Devem, posteriormente,
apresentar nova declaração (atualizada) de património e rendimentos, no prazo
de 60 dias a contar da data da cessação de funções.
No
meu caso, e apesar de não ser titular de qualquer “cargo político ou equiparado”,
nem detentor de “alto cargo público”, quero aqui deixar a minha “declaração de
interesses”, de forma clara e o mais objetiva que me é possível.
É
uma “declaração de interesses” não sobre o que tenho, mas sobre o que SOU, pois
mais importante do que o “ter” é o “SER”.
1.- Sou homem, casado e pai de três
filhos:
Sou
casado… e agradeço a Deus ter colocado esta mulher no meu caminho e ter-me
aberto o coração para ver que ela é a parte que me completa: “Por esse motivo, o homem deixará o pai e a
mãe, para se unir à sua mulher; e os dois serão uma só carne.” (Gn 2, 24)
Sim,
também sou pai, mas não “tenho” filhos… os filhos foram-me emprestados por
Deus, e por eles terei de prestar contas, mesmo sabendo que eles não serão
apenas o resultado da “educação” recebida no lar, mas que esta é extremamente
importante no que diz respeito aos valores que fazem de alguém um ser humano, sujeito
de direitos e deveres, que vive em sociedade, e de que a Família é a “célula
fundamental”, nas palavras de São João Paulo II.
“Filho é um ser que nos foi emprestado para
um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos
piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter
coragem.
Isto mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode
ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar
agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado.
Perder? Como? Não é nosso,
recordam-se? Foi apenas um empréstimo.” [José Saramago (?)]
2.- Professo a Fé Católica, cujo centro é Jesus Cristo:
Creio
em um só Deus, Pai todo-poderoso… Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho
Unigénito de Deus,… Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida... Creio na
Igreja una, santa, católica e apostólica. Professo um só baptismo... Espero a
ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há-de vir. Ámen.
Para
quem esteja esquecido do texto total do Credo Niceno-Constantinopolitado e/ou
do Símbolo dos Apóstolos, e queira recordar-se, pode fazê-lo aqui.
Estou
comprometido e empenhado, há anos, em atividades eclesiais, mas não quero
afirmar que sou “católico praticante”, porque um católico se não “pratica” não
é católico!
3.- Sobre as minhas opções
político-partidárias:
Em
1988, na sequência da minha participação ativa na Assembleia Diocesana dos Leigos, em Vila
Real, e no Congresso Nacional de Leigos, realizado em Fátima, e convicto de que a política
é uma “nobre arte” (Paulo VI), “… a nobre arte de governar a cidade.”
(Pe. António Rego), decidi, em consciência, dedicar-me também à atividade
político-partidária ativa, a qual, aos poucos, e por força das circunstâncias,
fui deixando - embora sempre atento ao que se passava e acontece em Vila Real,
no país e no mundo.
Há
muito tomei as minhas opções político-partidárias, embora – como deve acontecer
com todos os que têm alguma consciência crítica –, estas não sejam um fato
feito “à minha medida”.
Há questões sobre as quais me posiciono mais no que se
convencionou chamar “à direita”, outras onde estou melhor “à esquerda”. Há
outras sobre as quais, porque não estou devidamente esclarecido, não tenho ainda
posição definida.
Por
isso, que ninguém fique surpreendido ao ver-me, eventualmente, criticar uma
opção do partido no qual [ainda] milito, ou a argumentar a favor de uma posição
contrária à defendida pelo mesmo, desde que, em consciência, entenda que tal é
melhor para os vila-realenses e/ou os portugueses.
Esta opção pessoal de pensar
pela minha própria cabeça e de agir exclusivamente de acordo com a minha
consciência tem custos e riscos, mas estou consciente deles. Tal como disse
Francisco Sá Carneiro, «A política sem
risco é uma chatice e sem ética uma vergonha».
Penso
ter deixado bem claro qual é o tripé em que assenta o meu EU!