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Vila Velha | Conjuntos Urbanos de Vila Real

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Vila Velha "A vila medieval murada, edificada no promontório sobre a confluência dos rios Corgo e Cabril , não consegue conter o seu povoamento inicial mais do que dois séculos, sendo certo que, já no final do séc. XIV, existiam casas extramuros e alguns arruamentos definidos. O séc. XVI será no entanto aquele em que se consolidará o povoamento do núcleo urbano fora de muralhas, não obstante as tentativas frustradas dos moradores para conter esse mesmo povoamento dentro de muros. Para isso tomaram iniciativas como a ampliação da igreja de São Dinis , no séc. XV, com a finalidade de servir toda a população da sede do concelho (esta igreja manteve-se como principal local de atos públicos religiosos até ao séc. XIX, não obstante a ruína e a desertificação em que se encontrava a Vila Velha ) ou a representação solicitando a confirmação, atendida pelo rei, dos privilégios concedidos aos moradores e aos mercadores que usassem a porta franca. Idêntica iniciativa de manutenção do

José Maria de Sousa Botelho, morgado de Mateus (1758-1825)

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José Maria de Sousa Botelho, morgado de Mateus Morgado de Mateus Nasceu no Porto, a 9.03.1756, e faleceu em Paris, a 1.06.1825. D. José Maria de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos , moço-fidalgo da casa real, ficou conhecido na tradição histórico-cultural por morgado de Mateus . Era dotado de considerável fortuna, em que se incluíam diversos senhorios, sob vínculo patrimonial de morgadio, de Mateus , Sabrosa e outros vínculos. Recebeu educação esmerada em Portugal e no estrangeiro e fez por isso importante carreira como diplomata. Teve papel de relevo nas negociações tripartidas entre Portugal, a Espanha e a França que precederam a desastrosa guerra luso-espanhola de 1801 e, depois dela, nas que conduziram ao tratado de paz. As suas qualidades diplomáticas excepcionais levaram o governo do príncipe-regente, depois de D. João VI , a enviá-lo para Paris como ministro de Portugal, no intuito de melhorar as relações cada vez mais difíceis com a França de Napoleão Bonaparte , e

A Festa de São Lázaro em Vila Real

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Servindo de fundo a esta cena de costumes, vemos o Cruzeiro e a Capela de S. Lázaro. Foi mandada construir, em 1520, por D. Pedro de Castro, em invocação a Sta Margarida. A Festa de São Lázaro «Cumprindo-se uma velha tradição desta cidade, realizaram-se no passado domingo, os festejos a S. Lázaro , segundo um programa bem delineado por uma dedicada Comissão de Moradores do antigo e típico bairro onde se localiza a Capela de Santa Margarida , perto da ponte com o mesmo nome. É essa capelinha, ao fundo da Rua Sargento Pelotas (antiga rua de Santa Margarida ), que o povo vem fazendo, há muitos anos, a invocação S. Lázaro , pois possui no seu altar a imagem desse Santo, de que resultou ser também conhecida por Capela de S. Lázaro . O povo vila-realense habituou-se a invocar S. Lázaro , no seu dia próprio, contra as bexigas, muitas vezes designadas por “ bexigas loucas ”, a terrível doença da Varíola que, se não levava os doentes à morte, deixava-lhes na pele, para sempre, as suas c

Eleição de Deputados e Senadores de Vila Real à V Legislatura - 1921

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No dia 10 de Julho de 1921 , realizaram-se as eleições legislativas (I República - Congresso da República) tendo sido eleitos os 163 deputados da Câmara dos Deputados, em círculos com listas plurinominais, e 74 senadores do Senado. O parlamento então constituído iniciou a sessão em 1 de agosto de 1921, tendo-se mantido em funções até à sua dissolução, a 6 de novembro de 1921. Eleição de três Deputados O Círculo Eleitoral 5 – Vila Real , que abrangia os concelhos de Santa Marta de Penaguião, Sabrosa, Alijó e Vila Real, elegeu 3 deputados: - Luís de Castro Amorim, - Manuel Ferreira da Rocha, - Raúl Lelo Portela. Eleição de três Senadores O Distrito abrangia o Círculo de Vila Real e o Círculo de Chaves , sendo que o Círculo de Vila Real abrangia a Comarca de Vila Real (concelhos de Mondim de Basto, Peso da Régua, Vila Real). O concelho de Vila Real abrangia as freguesias de Adoufe, Abaças, São Dinis e São Pedro. O concelho de Mondim de Basto abrangia as Freguesias d

Como estava organizado o Museu Etnográfico de Vila Real

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Costume transmontano: croça “(…) Tivemos o prazer de percorrer o Museu de lés-a-lés e verificamos que, com tantas abnegações e sacrifícios, e em tão pouco tempo, não era possível fazer-se melhor, nem com as dificuldades que se tiveram de vencer. Vamos dar, resumidamente, uma ideia do que é o Museu Etnográfico de Vila Real , o qual constitui um relicário das preciosidades populares deste simples e laborioso povo, Museu tão cheio de curiosidades locais. Ao penetrarmos na Sala nº1 , depara-se-nos logo a estátua monumental , símbolo dos principais labores e fontes de riqueza da Província de Trás-os-Montes e Alto Douro , da autoria do insigne escultor Armando Correia. Na mesma Sala, todas as indústrias têxteis têm representação com artigos de linho, seda e lã fabricados nesta Província. Na Sala nº2 , estão representadas as artes e ofícios, vendo-se aí inúmeros objectos regionais das profissões de -  cesteiro ,  - ferreiro,  - oleiro, - latoeiro ,  - tamanqueiro ,  - pauseiro,  com

Roteiro arqueológico e artístico do concelho de Vila Real

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“O Concelho de Vila Real situa-se, grosso modo , na concha geológica escavada pelo rio Corgo e seus afluentes. O fulcro deve ter sido um lago formado pelo rio Cabril , cobrindo os terrenos baixos das actuais freguesias de Lordelo, Vila Marim e Parada de Cunhos. Ter-se-ia escoado através da garganta aberta entre a Vila Velha e o Monte da Forca . Esta larga concha geológica em que se confina o concelho é limitada,  - a Sul , pelos topos das encostas da margem direita do rio Douro ;  - a Norte , pela Serra da Padrela ;  - a Nascente , pelos planaltos da Azinheira ;  - e, a Poente , pelas serras do Marão e do Alvão . Terra de largas paisagens, mimosa em água, que brota de milhares de fontes, abundante em caça e pastagens, deve ter sido muito disputada através dos milénios.  E todos os povos por aqui deixaram marcas indeléveis. Talvez procurando a amenidade do hipotético lago, os homens do Paleolítico teriam um lugar de paragem temporária em Vila Marim.  Dois machados de pedra

Pessoas da Bila: Fernando Cardoso | Contínuo do Sport Club de Vila Real

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"Não podíamos,- dentro desta singela homenagem prestada a todos os que pelo Sport Club pugnam e por ele se esforçam,- esquecer o nome do Fernando, o Fernando Cardoso , que, dentro da sua humilde categoria de contínuo, há dezoito anos, vem sendo o mais incansável, o mais esforçado e o mais convicto servidor do Club a quem de corpo e alma se dedicou. Fernando é um símbolo e um alto exemplo. Chora com as derrotas e «rebola-se» com as vitórias. Fez e faz os mais secretos e duros sacrifícios pelo seu Club e se fosse possível relatá-los, que epopeia não se produziria! Óscar Gomes de Barros, extremo-direito do SCVR em 1932 José A. Rocha, jogador do SCVR Fernando é um sólido pilar, um firme esteio e bem merece a nossa admiração e o nosso apreço. Merece porque ama o seu grupo até quási à idolatria, merece-o porque é trabalhador, merece-o porque é honrado. Aí vai um abraço, valoroso Fernando." "Ordem Nova", 2 de abril de 1944 (texto editado) Sugestões: Onze L

Praça Luís de Camões / Jardim das Camélias

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Jardim das Camélias e Praça Luís de Camões. O Jardim das Camélias ocupava praticamente toda a Praça Lopo Vaz (1891), até essa altura praticamente desarborizada e com a designação de Largo do Chafariz (1881). “Nesta altura, vivia-se já em Vila Real o reflexo da política fontista. Os autarcas filiam-se numa corrente que podemos chamar de pré-urbanista e higienista. As suas preocupações estão viradas para a necessidade de alargar e alinhar as ruas, assegurar regular ventilação nas mesmas, abrir novos arruamentos, localizar os mercados semanais em praça fechada e parcialmente coberta e arborizar. As décadas de 1860, 1870 e 1880 são marcadas por incitavas deste tipo, com destaque para a ação do Dr. Almeida Lucena , ganhando a parte central e norte do antigo Campo do Tabulado , em 1880, o nome de Praça Luís de Camões , poeta de que se celebrava nessa altura o centenário da morte. A Praça-Mercado é inaugurada em dezembro de 1885, em parte da cerca do extinto Convento de São Domingo

Pianista Elisa Baptista de Sousa Pedroso, vila-realense de nascimento

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A grande pianista D. Elisa Baptista de Sousa Pedroso Elisa Baptista de Sousa Pedroso , insigne pianista, nasceu em Vila Real, no dia 10 de Julho de 1881, e faleceu em Lisboa, no dia 18 de Abril de 1958. Era filha do visconde de Carnaxide . Deu o seu primeiro concerto aos 14 anos. A solo e/ou com orquestra actuou em todas as grandes cidades da Europa. Foi a primeira artista que deu a conhecer no estrangeiro obras de autores portugueses. Dedicada à animação cultural no sector da música, fundou, em 1934, o Círculo de Cultura Musical , que promoveu por todo o país concertos em que actuaram alguns dos melhores artistas e das melhores orquestras mundiais. Foi presidente vitalícia da Juventude Musical Portuguesa e presidente da secção portuguesa do conselho internacional da Revue Internationale de Musique . Entre outras obras, publicou Cultura Artística de hoje , 1936, Música Espanhola Contemporânea , 1937, e Folhas Soltas . (1) D. Elisa Baptista de Sousa entrevistada pela «Il

O senhorio de Vila Real – O trágico fim do seu último marquês

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«Até ao reinado de D. Fernando , andou Vila Real na propriedade da coroa ; este monarca, porém, deu-a a D. Leonor Teles de Menezes , sua mulher, que, depois da morte daquele e conspirando contra a autonomia da pátria, cobriu de vergonha o País. Levada pela ambição que a dominava, chamou seu genro, D. João I de Castela , a quem mandou aclamar nas terras de que era donatária. Mas, debulhada ela, em breve, de suas opulências e recolhida à força no mosteiro de Torresilhas, passou Vila Real para João Rodrigues Porto Carreiro , senhor da Vila de Anciães. Mau patriota também, ligou-se este fidalgo ao partido castelhano, sendo derrotado por Vasco Rodrigues de S. Payo . O vencedor recebeu de D. João I de Portugal os bens do renegado, a excepção de Vila Real, ao tempo em poder de uma filha de Porto Carreiro , casada com um sobrinho de Leonor Teles. Resgatou este, quanto possível, as faltas da família, porque combateu sempre sob a bandeira portuguesa, e com valor e lealdade se houve