O poder é efémero
“Eis o que diz o Senhor a Chebna,
administrador do palácio:
«Vou expulsar-te do teu cargo, remover-te
do teu posto. E nesse mesmo dia chamarei o meu servo Eliacim, filho de Elcias.
Hei-de revesti-lo com a tua túnica, hei-de pôr-lhe à cintura a tua faixa,
entregar-lhe nas mãos os teus poderes. E ele será um pai para os habitantes de
Jerusalém e para a casa de Judá.
Porei aos seus ombros a chave da casa de
David: há-de abrir, sem que ninguém possa fechar; há-de fechar, sem que ninguém
possa abrir. Fixá-lo-ei como uma estaca em lugar firme e ele será um trono de
glória para a casa de seu pai». (I
Is 22, 19-23)
Este texto foi escrito por Isaías, considerado o maior de todos os
profetas.
Muitos poderão pensar que, por ter sido escrito
no séc.VIII a.C., conta, apenas, a destituição de um tal de Chebna como Intendente do Palácio
de Ezequias, e que também apenas diz respeito às pessoas desse tempo.
No entanto, e na minha modesta opinião,
este texto pode ser tomado como um sério aviso a todos os detentores de cargos
públicos: não se esqueçam que o poder é
efémero e que quem dá também pode tirar.
É por isso que em democracia há,
periodicamente, eleições: para que os eleitores possam escolher quem os deve
governar.
Pode parecer ingenuidade da minha parte, e
que as coisas não se passam verdadeiramente assim.
De qualquer modo, como o poder, em
democracia, não é eterno, será bom que os detentores (provisórios) desse mesmo
poder o exerçam dignamente, com justiça e equidade, sem nepotismo ou
favorecimentos, em espírito de serviço aos outros, sem discriminação, …
É apenas um desejo pessoal e um
compromisso com a minha consciência!
Na imagem, Júlio César é assassinado por 60 membros do Senado, segundo os quais ele governava de forma autocrática e autoritária.
Os assassinos foram liderados por Marcus Julius Brutus, seu filho adotivo, e Caio Cássio.
Júlio César ainda se defendeu, cobrindo-se com uma toga, até ver Brutus, quando então teria dito sua última famosa frase: "Até tu, Brutus".