A Cascata da Peneda – Vila Real

“(…) A Cascata da Peneda constitui um património que potencia um dos mais importantes recursos turísticos que Vila Real poderá ter.

Sobressai nela um conjunto de moinhos - e tempos houve em que se encontravam simultaneamente em laboração 20 a 25, grande parte deles com duas rodas – que foi sempre uma das vistas mais apreciadas pelas pessoas que concorriam ao passeio de Trás-dos-Muros.

Esses moinhos estiveram sempre sujeitos às forças da natureza e houve várias ocasiões em que foram totalmente destruídos, não restando sequer sinal das suas fundações.

Contudo, foram sempre reconstruídos, como que a dar-nos o exemplo de que, no limite da sobrevivência, constituía uma necessidade e uma obrigação refazê-los.

Naturalmente, outros recursos existem junto à Cascata da Peneda.

Mas os moinhos e o rio são o que restou até há bem pouco tempo da vivência da vila medieval e certamente de povoamentos anteriores.

Em outras ocasiões, falámos já aqui da importância que os moinhos da Cascata da Peneda revestiram para a alimentação dos vila-realenses.

Falámos também de como os mesmos, em plena crise do Douro, foram usados para moer o enxofre utilizado no combate ao oídio.

Hoje gostaríamos de lembrar um outro aspeto, porventura menos conhecido.

Logo que chegava a época da rega dos milheirais e meloais que abundavam na veiga de Vilalva, ou ainda em épocas de grande estiagem, os donos das quintas desviavam a ribeira de Tourinhas (que em Vilalva é conhecida por ribeira de Vilalva e na Peneda por ribeira da Peneda) para irrigar as terras.

Isso significava uma redução drástica do caudal, que impedia a laboração dos moinhos - situação que os moleiros resolviam, fabricando uma grande poça no cimo do monte, onde se juntavam as águas que escorriam das quintas, a fim de produzir a energia hidráulica com que moíam de poçada.

Duarte de Carvalho / Elísio Amaral Neves em “Vila Real – História ao Café” (texto editado) | Imagem

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