Pirotecnia Trasmontana | Artes e tradições de Vila Real
Pirotecnia Trasmontana
“Há festa num
povoado e logo o povo acorre às janelas e ruas para ver passar a banda de música,
os Zés-Pereiras, ouvir o barulho dos foguetes e ver o maravilhoso fogo preso
que à noite se estende pelo céu fora, iluminando-o com as suas variadas cores e
bonitas decorações.
Pelo S. João e
noutras festas e romarias importantes, o trabalho de pirotecnia é de apreciar.
Resolvi,
portanto, estudar a fundo este trabalho artesanal, revelador de uma muito
antiga e importante cultura regional.
Para conseguir
o meu objetivo, conheci um fogueteiro, o único existente em Vila Real, que
desde pequeno se interessa e trabalha em pirotecnia: é o Sr. Narciso José de
Almeida Ramalheda, nascido em 26 de março de 1938, no lugar de S. Mamede,
freguesia de Nossa Senhora da Conceição, mais conhecido por José
Ramalheda.
Possui uma
oficina de fogo-de-artifício em S. Mamede, pequeno lugar pertencente a Vila
Real.
Figura
simpática, revelou-se bom conversador, muito hospitaleiro e exemplo do
português, honrado e trabalhador. (…)
Seu avô era José
de Almeida da Silva, que habitava numa quinta chamada «Quinta da
Ramalheda», em S. Mamede.
Daí lhe nascera
a alcunha de Ramalheda, nome pelo qual ele e os seus sucessores vieram a
ser conhecidos.
Hoje, Narciso
José de Almeida acrescenta ao seu nome completo a palavra Ramalheda,
que utiliza e assina.
A primeira oficina
de pirotecnia foi fundada em 1879 por seu referido avô.
Há mais de um
século, pois, que esta família se encontra ao serviço da pirotecnia
nacional.
(…)”
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José Almeida da Silva, fundador da oficina de pirotecnia, em 1879 |
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José Ramalheda (filho) |
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Narciso José de Almeida Ramalheda, |
Fonte: “Artes e Tradições de Vila Real” (texto editado e adaptado)