"O tal dr. Zézé, o garoto da Bila"


José Borges Rebelo nasceu em Vila Real, na freguesia de São Pedro, no dia 9 de setembro de 1923. 

(Pode ser que alguém em Vila Real se lembre de promover uma sessão evocativa, por ocasião do 100º aniversário do nascimento deste ímpar "garoto da Bila").

Depois de se ter licenciado em Medicina, na Universidade do Porto (1948), trabalhou, durante três anos, nos Hospitais Civis e Maternidades de Lisboa, tendo regressado, de seguida, à sua terra natal.



«Os dias, na "Bila" eram divididos entre o trabalho no antigo Hospital de Vila Real, nos serviços de Pediatria, que chegou a dirigir, e o seu consultório, onde exercia Clínica Geral.


Foi colega e sócio do Dr. Otílio de Figueiredo (pai) e aprendeu muito com o Professor Fernando Baeta Bissaya Barreto Rosa, quando este vinha a Vila Real, "fazer clínica e operar".

"Ouvir os doentes" era a sua forma de exercer a profissão, uma "conduta clínica" que, a seu ver, "facilitava, e muito, o diagnóstico".

José Borges Rebelo foi médico

- dos Bombeiros Voluntários da Cruz Branca, por mais de 40 anos,

- do Sport Clube de Vila Real

- e Médico Oficial das Corridas de Automóvel.


Cursou, mais tarde, já médico feito, a Universidade de Coimbra, onde se formou em Letras, tendo chegado a lecionar, durante muitos anos, na Escola Comercial e Industrial, a disciplina de "Medicina Escolar. (...)

A 15 de fevereiro de 1975 deu-se um "milagre", referindo-se ao casamento com Ana Amélia Barroso, (...), do qual resultaram dois filhos. José Augusto, médico, e Maria Ivone, farmacêutica.» (1)

O Dr. Zézé foi distinguido, em 1993, com a Medalha de Prata de Mérito Municipal.

Faleceu em Maio de 2012.



Alguns dias após a sua morte, Ascenso Simões escreveu no jornal "A Voz de Trás-os-Montes" (31/05/2012): "O Dr. Zé Zé é o possibilitador da Bila Maria, uma espécie de tertúlia de malvados que nos anos 50 e 70 marcaram a vida da piquena cidade. Havia da situação e havia da oposição. Havia do MUD e havia da UN, havia apoiantes do Humberto Delgado e tolerantes do Américo Tomás. Mas a Bila Maria era um momento de pandega, que fazia amizade. Até o Padre Henrique da Sé ali se refastelava!"



São da sua autoria estas quadras:

 

"Nascer em Vila Real

É ter raro condão

É bem sentir Portugal

Bem dentro do coração. (...)

 

Ninguém deve ser garoto

Seja por bem ou por mal

Garoto - dá bem no goto

Mas só em Vila Real. (...)

 

Quem tiver a oportunidade

De em Vila Real passar

Fica sempre com vontade

De a Vila Real voltar.

 

Vila Real és tão linda

és sempre linda entre as lindas

Entre todas as mais lindas

És tu a mais linda ainda!

 

Ser amigo é ser leal

Os da "Bila" são assim

Pulsa assim Vila Real

Por todos vós e por mim."

(1) Fontes, citações e imagens retiradas de "Vila Real - Revista Municipal - Dezembro de 2007"


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