Tenente Horácio de Assis Gonçalves - Governador Civil de Vila Real (1934-44)
Tenente Horário de Assis Gonçalves
Quem faz
brotar as flor's pelo caminho
E enche
de riso a bôca da criança?
Quem faz
nascer na alma a luz da esperança
E aplaina
a dura estrada ao pobrezinho?
Quem dá
vigor e fé ao sem carinho,
E ampara
o infeliz que a vida cansa?
Quem
sôbre as chagas de alma e corpo lança,
Qual Bom
Samaritano, azeite e vinho?
Quem tem
palavras doces, mãos piedosas
Que se
afadigam em cobrir de rosas
Caminhos
desta vida de peleja?
Quem é
que ao bem-fazer consagra a vida?
Pois reze
a nossa alma agradecida:
O bom
tenente Assis... que Deus proteja...
A. Correia de Barros | Caricatura de Otílio Figueiredo
Fonte: "Quem são?", A. Correia de Barros, 1940 - Imprensa artística - Vila Real (edição fac-similada dos Serviços Municipais de Cultura, por ocasião do Salão Português e Galego “Humor e Desporto / Maio 1997
Horácio de Assis Gonçalves
Governador
Civil do Distrito de Vila Real de 2 de julho de 1934 a 26 de
outubro de 1944.
Oficial
do exército. Natural de Vinhais. Filho de João Manuel Afonso Gonçalves e Teresa
de Jesus Fernandes Gonçalves. Nasceu a 29.07.1889.
Secretário
particular de Oliveira Salazar. Cavaleiro da Ordem Militar de Avis (1926).
Oficial da Ordem Militar de Cristo (1928). Cavaleiro da Ordem Militar de
Santiago de Espada (1930). Cavaleiro da Ordem Militar de Cristo (1938).
Condecorado
com a cruz de guerra de 2 classe (1918). Medalha comemorativa das campanhas do
exército português, com a legenda - França, 1917-1918. Medalha da vitória
(estrela de prata), por decreto de 30 de Outubro de 1919. Medalha de prata de
comportamento exemplar (1927).
Tirou o
curso complementar de ciências e de letras dos liceus. Passou pelo Seminário,
onde estudou Teologia, mas veio a interromper, um ano mais tarde, esta
experiência.
Frequentou,
em seguida, o curso de Engenharia no Instituto Superior Técnico, para depois se
matricular no curso especial de infantaria, da Escola de Guerra, que completou.
Frequentou
ainda a Faculdade de Direito. E, finalmente, diplomou-se pelo Ministério da
Educação Nacional para o lugar de professor do ensino secundário particular
(curso geral e complementar).
Promovido
a aspirante a oficial de infantaria (1917), a alferes no mesmo ano e a tenente
em 1921. Serviu em diversas unidades militares e fez parte do Corpo
Expedicionário na Grande Guerra de 1914-1918.
Foi
professor dos cursos das escolas regimentais, bibliotecário, oficial de tiro e
armamento, director da carreira de tiro de Pinhel, parlamentário da 5 divisão,
no Movimento de 28 de Maio, e oficial de ligação do Ministério da Guerra.
Foi
correspondente do Diário de Lisboa, Diário do Porto, A Ordem
e A Liberdade, e manteve uma colaboração dispersa noutras publicações: Revista
Católica de Viseu; o Pinheirense; A Guarda; O Combate
(Guarda); O Setubalense; O Correio de Coimbra; O
Trás-os-Montes; A Revista Militar. Foi director da revista A
Guerra (Lisboa).
Escreveu
numerosos trabalhos de natureza política e militar. Relativas ao Distrito de
Vila Real, deixou-nos diversas obras.
Na vida
pública, desempenhou o cargo de secretário particular do ministro das Finanças e
primeiro-ministro, Oliveira Salazar, desde 27 de Abril de 1928 a 2 de Julho de
1934, o lugar de secretário da junta central da Liga dos Combatentes da Grande
Guerra (Lisboa) e, por fim, de Governador Civil de Vila Real, cargo que
exerceu durante 10 anos.
Fonte: “Os
Governadores Civis do Distrito de Vila Real”, Fernando de Sousa e Silva Gonçalves
(texto editado e adaptado)