As Portas da Vila e a cinta de muralhas de Vila Real
Reconstituição das Portas da Vila (segundo dados históricos) demolidas em 1873 (1) |
"(…) apesar de,
em 1293, D. Dinis declarar: «eu devo a fazer o muro da vila boo e cercala
toda» - sem para isso, aliás, exigir o imposto de anúduva dos vizinhos
de Vila Real, - a verdade é que, ainda em Julho de 1303, o mesmo Rei assinou um
documento em que se lê: - «Eu fico pera lhys fazer o muro é essa villa
quando o poder fazer, querêdo deus» (A. d'Azev. 70).
Não há dúvida,
porém, que a cinta de muralhas veio a ser erguida no decurso do séc. XIV - por
sinal, com pedras retiradas (segundo a tradição referida por D. Jerónimo Contador
de Argote), das ruínas da velha e abandonada Panónias... (Argote Mem. para a
Historia Eclesiastica do Arcebispado de Braga, Tomo I, Lisboa, 1732, pág.
326).
«Os muros de D.
Dinis - escreveu no século passado o Rev. Dr. Pedro Augusto Ferreira, erudito
conhecedor de velharias - formavam uma espécie de paralelogramo que abrigava em
si a vila velha e tinham três portas: uma ao norte, outra ao sul
e outra ao poente.
Sugestões:
![]() |
Portas da Vila (demolidas em 1863) |
«A principal
era a do norte, defendida por duas altas torres, a meio das quais o primeiro
alcaide-mor fez uma casa, onde viveram ele e seus descendentes e sucessores
muitos anos, até que um deles fez outra mais ampla e confortável, na vila
nova...
«Da porta
principal ia e vai ainda hoje uma estreita rua, denominada Direita, até à porta
do lado sul, que dava comunicação para o largo da Igreja de S. Diniz («sobre a
porta principal da Igreja se vê a data 1320»), da Capela de S. Brás («nobilíssima
e antiquíssima») e das antigas feiras talvez. (Dic. Portugal Antigo e
Moderno vol. XI, 1886, pág. 946 e 947)."
Texto retirado
de “Igreja de S. Domingos – Vila Real”, Setembro de 1955 – 81 – Boletim da
Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais – Monumentos (negritos da
nossa responsabilidade) | Imagens: (1) Edição de Miguel Monteiro, c. 1925 | (2)
Sugestões: