José Maria de Sousa Botelho, morgado de Mateus (1758-1825)
José Maria de Sousa Botelho, morgado de Mateus |
Morgado de Mateus
Nasceu no
Porto, a 9.03.1756, e faleceu em Paris, a 1.06.1825.
D. José
Maria de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos, moço-fidalgo da casa real, ficou
conhecido na tradição histórico-cultural por morgado de Mateus.
Era dotado de
considerável fortuna, em que se incluíam diversos senhorios, sob vínculo
patrimonial de morgadio, de Mateus, Sabrosa e outros vínculos.
Recebeu
educação esmerada em Portugal e no estrangeiro e fez por isso importante
carreira como diplomata.
Teve papel de
relevo nas negociações tripartidas entre Portugal, a Espanha e a França que
precederam a desastrosa guerra luso-espanhola de 1801 e, depois dela, nas que
conduziram ao tratado de paz.
As suas
qualidades diplomáticas excepcionais levaram o governo do príncipe-regente,
depois de D. João VI, a enviá-lo para Paris como ministro de Portugal,
no intuito de melhorar as relações cada vez mais difíceis com a França de Napoleão
Bonaparte, então primeiro-cônsul.
Nisso se
empenhou o morgado de Mateus, negociando entre as ambiguidades de Talleyrand,
que era o ministro de Napoleão para as relações externas, e as tergiversações
do Governo de Lisboa.
Depois de
várias peripécias, motivadas pela agressividade do enviado napoleónico a
Portugal, general Lannes, o morgado de Mateus foi transferido de Paris,
por exigência francesa, e exerceu funções diplomáticas em Sampetersburgo,
Estocolmo e Copenhaga.
Tendo
enviuvado, casou com a viúva de Flahaut, autora de vários romances.
Só regressou a
França em 1817, onde fixou residência após a Restauração, e se demorou em
actividades culturais de grande senhor artista, promovendo uma famosa edição d'Os
Lusíadas com ilustrações de notáveis pintores como Fragonard, Gérard,
Desenne e Viscont, num total de 12 artistas.
A tiragem da edição
foi apenas de duzentos exemplares e distribuída em ofertas.
Mas o morgado
de Mateus autorizou ainda a editora Didot a fazer uma edição para o grande
público, que foi mais uma vez reimpressa em 1836.
Deve-se-lhe
também a publicação de «Lettres portugaises » Traduzidas em Português com
o Texto Francês em frente (Paris, 1824).
Fontes:
Dicionário Enciclopédico da História de Portugal (2) + O Grande Livros dos
Portugueses