A Ponte Metálica sobre o rio Corgo, em Vila Real

A Ponte Metálica sobre o rio Corgo, em Vila Real

Descrição

Ponte rodoviária, construídas nos finais do séc. XIX e inícios do séc. XX, em ferro de um tabuleiro, plano, constituído por três tramos assentes em dois pilares de cantaria tronco-piramidais e de diferente altitude, de aparelho "quadratum" com os cunhais de cada face formando alhetas salientes, terminados em cornija, formando assim três vãos de diferente extensão.

A amarração do tabuleiro às margens é efetuada por pegões-encontro, também em cantaria aparelhada e lateralmente reforçados por arcos de volta perfeita assentes em pilares retangulares inclinados, formando falsos arco botantes; o da margem direita, mais longo, tem cinco arcos e o da margem oposta apenas dois; nos seguintes, dispõem-se gárgulas.

Cada tramo da ponte é constituído por uma armação de duas vigas principais contínuas retas, de vão retangular, interligadas por vigas mestras dispostas verticalmente e solidariezadas por outras em X.

Pavimento de argamassa betuminosa e passeios em cimento formando quadrados, protegidos por guardas metálicas, de estrutura tubular e rede metálica entre os encontros; sobre os pegões-encontro, as guardas são em cantaria, tendo num dos pilares do lado de Vila Real a inscrição "J.A.E. 1951 - Grande Reparação".

A ponte tem o comprimento total de 184 m; a extensão dos vãos é de 32 m + 45 m + 32 m; a faixa de rodagem tem a largura de 6 m e cada um dos passeios 1m; as guardas têm a largura de 8 m.

Acessos

São Pedro, E.N. 313, Km 52.230. WGS84: 41º17'50.47''N., 7º44'27.29''O.



Enquadramento

Urbano, isolado, lançada sobre o rio Corgo, que corre a 45 m de profundidade, ligando o morro de São João da Fraga, na margem direita, ao da Raposeira, na margem esquerda, ambos muito íngremes e aprumados sobre o rio, numa zona de estrangulamento rochoso.

A uma cota inferior, ergue-se a ponte de Santa Margarida (v. PT011714240049) que tem nas proximidades a Capela de Santa Margarida (v. PT011714240073) e vários cruzeiros.

Cronologia

1894 - data em que, segundo a Revista de Obras Públicas e Minas, já se construíam os apoios da ponte que daria passagem à estrada distrital nº 48, e se apontava para breve a abertura de concurso para execução da estrutura metálica;

1895 - adjudicação da construção da estrutura metálica à Companhia Aliança - Fundição Massarelos;

1898 - rescisão do contrato com a Companhia Aliança - Fundição Massarelos;

1901, Janeiro - novo concurso para a construção da estrutura metálica, sendo adjudicado à Empresa Industrial Portuguesa;

Maio - apresentação do projeto definitivo pela empresa;

1904, Abril - realização das provas de resistência da ponte; inauguração da ponte, com um tabuleiro intermédio, localizado a meia altura das vigas principais, constituído por carlingas e longarinas onde assentavam as chapas abauladas que suportavam o pavimento em macadame; a faixa de rodagem tinha 4 m de largura e os passeios 0,75 m cada;

1948, Novembro - início da recuperação e transformação da ponte, como resposta às novas necessidades de trânsito, com deslocação do tabuleiro para o banzo superior das vigas principais, alteando a rasante do mesmo em c. 1.50 m; construção de uma laje de betão armado, saliente em relação às vigas principais, para permitir o alargamento do tabuleiro; construção de arcos sobre pilares dispostos lateralmente aos pegões-encontro, reforçando a estrutura e simultaneamente alargando o pavimento;

1951, Maio - reinauguração oficial da ponte;

1996 - Direcção dos Serviços de Pontes da JAE elaborou uma inspeção geral e promoveu a elaboração de um estudo prévio para reabilitação da ponte.


Ponte metálica sobre o Corgo. Dia da inauguração?

Intervenções realizadas

JAE: 1948 - reparação e transformação da ponte;

Direcção de Estradas de Vila Real: 2002 - obras de beneficiação e reforço da ponte, sendo o empreiteiro a empresa Teixeira Duarte; pintura de toda a estrutura e construção de passadiços exteriores para o trânsito pedonal.

Observações

A inauguração da ponte sobre o Corgo foi considerado um acontecimento de grande importância para a cidade, tendo o povo composto a seguinte quadra alusiva

"Já temos a luz eléctrica,
marcos postais e estação;
a ponte está quase pronta
e os automóveis virão".

Fonte  (texto editado e adaptado)

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