A Avenida Carvalho Araújo em Vila Real, cerca de 1943



Sobre Carvalho de Araújo e as homenagens dos vila-realenses

José Botelho de Carvalho de Araújo era filho de José de Carvalho Araújo e de D. Margarida Ferreira Botelho de Araújo, residentes em Vila Real. No entanto, o nosso herói foi nascer no Porto (freguesia de São Nicolau), a 18 de Maio de 1881, porque na altura os pais se encontravam nesta cidade a visitar uns familiares.

Dois meses passados, a família regressa a Vila Real, onde Carvalho Araújo fez a instrução primária e os estudos liceais. Entre 1897 e 1898 efetuou os preparatórios na Academia Politécnica do Porto para frequentar a Marinha, na qual ingressou, como Aspirante, a 12 de Outubro de 1895.

Na Marinha cumpriu uma carreira brilhante. Em 1903 ascendeu ao posto de Guarda Marinha, em 1905 ao de Tenente, em 1915 ao de 1º Tenente e, a título póstumo, foi nomeado Capitão Tenente.

A 13 de Janeiro de 1906, Carvalho Araújo casou com D. Ester Ferreira de Abreu, uma sua parente afastada, tendo o casal tido 7 filhos. A celebração do matrimónio foi realizada pelo padre Filipe Correia de Mesquita Borges, às cinco da manhã, na igreja paroquial de São Dinis.

Republicano convicto, foi eleito deputado à Assembleia Constituinte a 28 de Maio de 1911. Depois da aprovação final de uma nova Constituição, a 21 de Agosto de 1911, os deputados da Assembleia Nacional Constituinte foram divididos entre a Câmara dos Deputados e o Senado, mantendo-se em funções até 29 de maio de 1915.

Foi, ainda, governador do Distrito moçambicano de Inhambane (Moçambique).

José Botelho de Carvalho de Araújo morreu em 14 de Outubro de 1918, em pleno Atlântico, na sequência de um combate entre o caça-minas “Augusto de Castilho“ e o submarino alemão “U-139“, comandado por Lothar von Arnauld de la Periére.

Na madrugada de 14 de Outubro de 1918, o caça-minas “Augusto de Castilho“ (navio responsável pelo patrulhamento das carreiras efetuadas pelos paquetes nos arquipélagos dos Açores e da Madeira), comandado por Carvalho de Araújo, colocou-se corajosamente entre o submarino alemão e o vapor “São Miguel“, que viajava entre o Funchal e Ponta Delgada, acabando por ser afundado por aquele. O vapor salvou-se com todos os seus passageiros.

A primeira homenagem feita ao Comandante Carvalho Araújo foi feita em Vila Real, no dia 1 de Maio de 1919. Dela constou uma sessão solene nos Paços do Concelho de Vila Real, a colocação de uma lápide e a inauguração da Avenida Carvalho de Araújo, antes designada por Campo do Tabolado.

No dia 14 de Outubro de 1923 foi feito o lançamento da 1ª pedra do monumento, durante o qual usou da palavra o Ministro da Marinha, Abel Fontoura da Costa.

Os meios necessários para a construção do monumento a Carvalho de Araújo foram conseguidos por subscrição nacional, conforme consta no mesmo “Por subscrição nacional | 14-10-1931”.



Imagens: "Concelho de Vila Real", Julho de 1943

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