Caminhos de Santiago em Vila Real: Mondrões - Vila Cova

 

Caminhos de Santiago em Vila Real: Mondrões - Vila Cova


Início na igreja de Mondrões

O caminho parte do largo da igreja de Mondrões e segue pela esquerda do edifício.

[A frontaria da igreja de Mondrões ostenta um grande medalhão sobranceiro ao portal que envolve a representação de Santiago Mata-Mouros, com o Santo a cavalo e um mouro deitado a seus pés, de fabrico e gosto popular.]

Na primeira bifurcação, assinalada por umas «Alminhas» que protegem os viajantes da presença do Maligno, pende para a esquerda e continua sobre o que resta de uma antiga via romana.

O lajedo bem conservado e as «margines» que pontualmente ainda subsistem, indicam passagens longínquas, inseridas numa vegetação não autóctone mas acolhedora.

O trilho sobe continuamente, conflui num estradão de abertura recente que o cortou, e segue em frente.

A visibilidade do caminho perde-se então na selvática confusão da mata, com árvores caídas e rama espalhada pelo solo. 

Um casinhoto de pedra em ruínas serve de sinalização, em direcção ao qual se sobe e se prossegue insistentemente até encontrar a estrada.

Chegada a Pena

Esta é igualmente cortada de forma a apanhar mais à frente um atalho, pelo qual se segue sobre prováveis vestígios de troço romano que desemboca na povoação de Pena.

O percurso segue pela praceta, no fundo da rua vira à direita e continua em frente, passando por uma pequena capela cuja função é abrigar um crucifixo disposto sobre um pilar, ambos de forte cariz popular.

Calcorreando sempre a estrada, agora em subida íngreme, o caminho chega ao largo da igreja de S. Miguel da Pena, lugar desértico e sereno, onde as árvores e bancos de pedra convidam ao repouso.

O interior do adro da igreja é marcado pela presença de um crucifixo com uma linguagem decorativa marcadamente popular.

O trajecto prossegue em frente à igreja e continua pela estrada principal até ao lugar de Vilarinho. 

Aqui, passa na periferia da capela de Vilarinho (em frente ao grande espigueiro que lhe serve de guardião) e desce lentamente para o vale.

Para trás fica o resto da calçada certamente romana, entre curva e contracurva para vencer o declive. 

No meio de um casario, uma pequena ponte com tabuleiro recente e sem abrigos laterais, vence o pequeno riacho e liga a um pequeno largo.

O caminho pende à direita e novamente à direita e continua em frente acompanhado pelos castanheiros que bordejam o caminho.

Mais à frente o caminho bifurca, entre uma subida à esquerda inclinada para o interior da mata e uma via à direita, por onde continua.

A caminho de Vila Cova

No alto da Portela, numa encruzilhada antes da descida para Vila Cova, uma outra «Alminha» assinala o cruzamento.

O cruzeiro acompanhado pela imagem de S. Gonçalo e pela Nª Sª da Livração, anuncia a chegada a Vila Cova.

O trajecto prossegue pelo interior da localidade até à igreja de Vila Cova, onde a imagem de Santiago Mata-Mouros convida os peregrinos a entrar na sua casa.

O cruzeiro no largo fronteiro a igreja, assinala o fim do percurso.


 (O texto acima transcrito estará, com certeza, “desactualizado”, dado ter sido escrito e publicado há já algum tempo. No entanto, quisemos publicá-lo para que se saiba que por Vila Real também passam alguns dos Caminhos de Santiago).

Fonte: folheto promocional editado pela ADETURN – Associação para o Desenvolvimento do Turismo na Região do Norte.

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