Impressões de escritores e viajantes sobre Vila Real
Vila Real - Vista do Nascente |
«Visitai perto
da vila – escreve um viajante estrangeiro, Brunswick – o Poço
Romão.
É um sítio
admirável em que as montanhas, as águas, a verdura, se associam para dele fazer
o mais belo sítio de Portugal.
Nunca vi, mesmo
na Suíça, nada que se lhe possa pôr a par».
Acerca da beleza panorâmica que se frui do Cemitério Velho escreveu um memorialista inglês,
Kingston:
«Neste sítio, do qual se desfruta uma bela e selvática vista, tendo de um lado
o Marão e do outro a Cidade. D. Carlos de Espanha durante a sua
estadia aqui, costumava passar o melhor dos seus dias.
Na verdade é um
lugar de austera grandeza, próprio para a meditação das poderosas razões de
ganhar uma coroa e o poder absoluto, que ele tão depressa, logo a seguir,
improficuamente tentaria obter.»
António
Granjo:
«A situação da
cidade entre o Corgo e o Cabril, tendo por fundo a serrania do
Marão, é de um indizível encanto.
… terra em
que a sombra do Camilo ainda vagueia pelo Pioledo, pela Vila Velha e pela rua dos Ferreiros, mastigando as suas fúrias do amanuense e de pária, e sonhando na
embriaguez da publicidade e da glória.»
Abade de
Miragaia:
«Demora o chão
da vila velha em uma espécie de península, formada pelos rios Corgo e
Cabril... que ali fazem junção, correndo lá ao fundo de duas medonhas ravinas
como que talhadas a picão em rocha aprumada e nua, formando a leste, sul e
oeste, trincheiras insuperáveis...
Apesar do
desenvolvimento que tomou a vila nova, e dos largos, praças, jardins,
ruas e passeios que nela se encontram e que lhe mereceram o título de corte e
capital de Trás-os-Montes, o passeio que hoje (1887) circunda a leste e a sul a
vila velha será sempre o passeio favorito dos visitantes e que mais
vivas recordações lhes deixará.»
In “Guia de Portugal
– Trás-os-Montes e Alto Douro – I – Vila Real, Chaves e Barroso”, Fundação Calouste
Gulbenkian (texto editado e adaptado)