Avenida Carvalho Araújo | Espaços urbanos de Vila Real


Avenida Carvalho Araújo

A Avenida Carvalho Araújo, arruamento que integra hoje o antigo Campo do Tabulado, já não revela o primitivo rossio, isto é, o terreiro público, onde se conciliava o uso mundano do dia-a-dia com as atividades económicas mais significativas da vila.

Terreiro que, até meados do séc. XIX, era circuitado por construções nobres de que se destacava a Casa dos Marqueses de Vila Real, imóvel fronteiro à Igreja e Convento de São Domingos, sendo que ao longo de toda a sua existência nenhum elemento se interpôs entre as duas fachadas como que a significar o respeito pelos dois poderes ali representados.

Com a passagem da estrada-rua fontista pelo meio da vila, em 1864, tudo se alterou e em particular o movimento no Campo do Tabulado, onde se reforça a atividade comercial e de serviços - alojamento, restauração e alquilarias.

Refira-se ainda a ampliação verificada aquando da demolição do quarteirão que ficava a norte do Hospital da Divina Providência, em meados da década de 1910, que criou uma única unidade soba designação de Avenida Carvalho Araújo, que foi fortalecendo entre as décadas de 1930 e 1960 a vocação de espaço onde se concentrarão os mais importantes serviços e instituições públicas de Vila Real, como

- o Seminário de Santa Clara (1925-1953), de José Manuel Borges Júnior, Flipe Correia de Mesquita Borges Júnior e Eugénio Correia,

- o Palácio da Justiça,

- o Palácio dos Correios (1948-1952 e 1969-1972), de Adelino Nunes e Espada Cruz,

- a agência da Caixa Geral de Depósitos (1961)

- e o Liceu,

para além de ter sido escolhido para acolher o Monumento a Carvalho Araújo em 1931, de Anjos Teixeira.

Finalmente, refira-se que na área de influência da Avenida existe um exemplo de arquitetura dos anos 70 (edifício do ex-DRM, na Avenida 1° de Maio, de Carlos Santelmo Gomes), que, independentemente do seu valor arquitetónico é o exemplo mais significativo em Vila Real de um tipo de construção que em nome do progresso promove a rutura do tecido urbano.

Fonte: “Mapa de Arquitetura – Vila Real”

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