2º Congresso Transmontano (7 a 13 de Setembro de 1941)

 


O 2º Congresso Transmontano realizou-se de 7 a 13 de Setembro de 1941, com a realização de sessões em diversas localidades de Trás-os-Montes: Bragança, Pedras Salgadas e Vila Real.

Em Bragança, dias 7 e 8, realizaram-se a Sessão inaugural do Congresso, presidida pelo Venerando Chefe do Estado, no salão da Biblioteca Erudita, e a 1ª sessão.

Em Pedras Salgadas, no Casino, e nos dias 9, 10, 11 e 12, realizaram-se as 2ª, 3ª, 4ª 5ª e 6ª sessões.

Em Vila Real, no Teatro Avenida, no dia 13, realizaram-se as 7ª sessão e a Sessão Solene de Encerramento do Congresso, presidida por Sua Excelência o Presidente da República.

Também foram realizadas visitas a outras localidades da Província: Vinhais, Murça, Mirandela. Vila Pouca de Aguiar, Alijó e Sabrosa.

Sobre este 2º Congresso Transmontano (o 1º Congresso tinha-se realizado de 7 e 16 de Setembro de 1920) publicou a revista Panorama (1):

“Mais útil do que tentarmos explicar a utilidade tão evidente dos Congressos Regionais, a propósito do que há pouco se realizou, com êxito invulgar, em Trás-os-Montes, julgamos que será o fazermos aqui a transcrição de alguns dos mais importantes votos que nele foram apresentados, e obtiveram unânime aprovação:

«Para que Trás-os-Montes seja uma região aberta ao turismo é necessário que se marque um percurso turístico principal e suas ramificações, construindo-se estalagens em lugares pitorescos e saudáveis, mantendo-se nelas um inteligente regionalismo e formando-se o calendário das festas e romarias características da província, para tornar mais económicas as excursões, sem prejuízo dos transportes.

Impõe-se a ligação das linhas de via estreita do Minho com as de Trás-os-Montes, pedindo-se a transversal de Valpaços e, para assegurar a continuidade das linhas, que se estabeleça a exploração da linha do Tâmega.

Importa acelerar a conclusão da rede de estradas municipais de Trás-os-Montes e activar a reforma dos pavimentos das principais estradas macadamizadas.

É necessário promover o turismo em Moncorvo, região privilegiada para cura de repouso.

Os dialectos transmontanos extinguem-se, urgindo que o Ministério da Educação Nacional ordene o imediato estudo científico do mirandês, riodonês e guadramilês, seguindo os modernos métodos de investigações filológicas.

A música do povo transmontano deve ser quanto antes colhida com método e proficiência.

O Estado e as autarquias locais devem proteger e auxiliar a colheita etnográfica e folclórica, não só do povo trasmontano, mas de todo o Portugal.

Devem ser protegidos, restaurados e conservados todos os castelos da província de Trás-os-Montes, estendendo essa proteção aos pelourinhos municipais e sendo reconstituída a capelinha de Bornes.

Promover, por intermédio do Estado e das autarquias locais, investigações arqueológico-históricas da província.

Que as indústrias populares, como olaria, sedas, tecelagem e outras, sejam protegidas.

Pedir que sejam consideradas as casas regionais como instituições de utilidade pública.

Que se construa na capital a Casa de Trás-os-Montes em edifício próprio.

Recomendar às câmaras municipais que promovam o culto dos grandes homens que honram a província.

Que se peça às câmaras municipais que conservem o tipo de construção regional, não a adulterando com modernismos impróprios.»

(1)    “Panorama - Revista Portuguesa de Arte e Turismo" - número 4 - ano 1 - 1941 (Setembro)

Sugestões:

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