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O Rio das Lavadeiras – Rio Corgo em Vila Real

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O Rio das Lavadeiras "O Rio das Lavadeiras ... Talvez deva começar por explicar, a quem não esteja familiarizado com a toponímia vila-realense, o que vem a ser o Rio das Lavadeiras . O rio que tem este nome, de ressonâncias poéticas e laborais ao mesmo tempo, acaba por nem sequer ser um rio, mas apenas uma levada desviada do Corgo , ali defronte do Parque Florestal , onde desde tempos imemoriais a roupa do Bairro de Santa Margarida , que ainda não metera máquina eléctrica portas adentro, vinha ajustar contas com a água e o sabão. Que tem lá isso perguntará o Leitor -, roupa lavada no rio há em toda a parte. Pois há. Mas não sei que mistério tinha aquela levada e mais as mulheres que lavavam nela e mais a roupa a secar ao sol no estendedouro, colorida como um andor e, vista de além do rio, com o casario pitoresco da Rua do Corgo em fundo, não sei que raio de mistério tinha aquilo, digo, que era um regalo para os olhos. Era um apontamento etnográfico bem impressivo, tão dig

Ponte da Timpeira | Pontes antigas em Vila Real

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  Ponte da Timpeira sobre o rio Corgo Cliché de Miguel Monteiro "Ilustração Portuguesa", nº733 - 8 de Março de 1920 A construção da Ponte da Timpeira , sobre o rio Corgo , terá tido início a 20 de Maio de 1863, ou em 1861, dependendo das fontes. Tem 22 metros de comprimento e 17,03 metros de altura, e por ela passava a antiga E.N. nº15, que ligava as cidades do Porto e de Bragança. Por ela passava, também, o traçado inicial do  Circuito Internacional de Vila Real . A sua construção veio substituir, em parte, a utilização da ponte romana de Piscais , que lhe fica um pouco acima. *** "Quem vê esta foto da Ponte da Timpeira, em tempos fim da freguesia de Mateus e começo da freguesia de Borbela, a qual foi capa da "Ilustração Portuguesa", dirá que existe ponte mas não existe estrada. De facto no final da ponte há uma mancha negra, sem continuidade. Tal deve-se ao facto de a estrada "fontista", construída na década de 60 de Oitocentos, ao final da p

Ponte metálica sobre o rio Corgo, em 1914

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Ponte sobre o Corgo em Villa Real de Traz-os-Montes Cliché do sr. António P. A. Leite ("Occidente" nº1264 - 1914) A Ponte Metálica - velho sonho de ligação das duas margens de Vila Real – foi construída segundo um projecto de 1889, incluído no estudo da estrada entre Mondim de Basto e Covelinhas, e inaugurada em Maio de 1904. Nota: Na legenda original da foto, há um lapso: aparece "Corvo" em lugar de "Corgo". O cliché terá sido tirado do local (aproximadamente) onde hoje está instalada a Unidade de Saúde Familiar Nuno Grande. Para saber mais, clique aqui . Sugestões: Ponte de Torneiros (Arroios) – é medieval ou não? Ponte de Machados | Pontes antigas em Vila Real Vila Real – Capital de Trás-os-Montes e Alto Douro

Ponte de Torneiros (Arroios) – é medieval ou não?

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Ponte de Torneiros ou Ponte de Sobreiro (Arroios - Vila Real) sobre a Ribeira de Toirinhas (Tourinhas) No sítio do SIPA (Sistema de Informação para o Património Arquitectónico) a ponte conhecida entre os vila-realenses como “ Ponte de Torneiros ”, sobre a Ribeira de Toirinhas ou Tourinhas , está identificada como “ Ponte do Sobreiro ”, tendo como acesso: EM 1238 entre Vila Real e Constantim, na povoação de Torneiros, R. Engº Joaquim Botelho de Lucena. Apresenta a seguinte descrição: “Ponte de tabuleiro em cavalete assente num arco de volta perfeita. As guardas laterais são formadas por duas fiadas que acompanham o movimento do tabuleiro apresentando a inferior alguns olhais. O pavimento visível é de terra batida.” O autor do registo no SIPA (Ricardo Teixeira, 1996), com base na Carta Arqueológica do Concelho de Vila Real, Ervedosa, Carlos Manuel Nascimento Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, 1991, p. 68., refere que a época de construção é medieval (conjec

Dispensário Anti-Tuberculoso de Vila Real (1943)

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Vila Real - Dispensário da Assistência Nacional aos Tuberculosos Este modelar estabelecimento, que foi fundado em Vila Real , em 1931 (*), pela Assistência Nacional aos Tuberculosos , está situado no Largo do Pioledo , em edifício que reúne, para o efeito a que foi destinado, todas as indispensáveis condições. Mantido pela referida Assistência é rectamente dirigido pelos srs. drs. Júlio António Teixeira e António Feliciano . Presta a todos os doentes tuberculosos a devida assistência e abrange a sua obra, todo o concelho, cuja açcão é as sim das mais louváveis e proveitosas que nele são exercidas. Fonte: “ Concelho de Vila Real ”, Bandeira de Tóro – 1943 (texto editado e adaptado) ***** A 17 de Janeiro de 1932, o jornal ORDEM NOVA (Órgão da União Nacional no Distrito) noticiava: " Já se encontra depositada em Vila Real a quantia de 60:000$00 para a construção do Dispensário Anti-Tuberculoso, cujas obras deverão começar brevemente ." (*) De acordo com S. Martinho de Mat

Quinta "Escola de Donas de Casa” (Antiga "Florinhas de Neve")

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Quinta «Escola de Donas de Casa» - Fundação da Misericórdia de Vila Real (antiga « Florinhas de Neve ») Esta modelar instituição foi fundada com o nome de « Florinhas de Neve », em 1925, por D. João Evangelista de Lima Vidal , Arcebispo, e primeiro Bispo da Diocese de Vila Real e estava instalada num edifício situado no Largo de Camões . Era sustentada exclusivamente pela caridade do seu fundador, passando depois esse encargo para o actual Bispo, sr. D. António Valente da Fonseca . Em 1940, esta instituição passou a chamar-se Quinta «Escola de Donas de Casa» , segundo o plano do Ex.mº sr. Governador Civil do Distrito Horácio de Assis Gonçalves , e é actualmente sustentada pelos produtos e rendimentos da Quinta da Fonte Nova , para onde foi transferida a sua sede e recebe também um subsídio da Misericórdia de Vila Real. O magnífico edifício onde agora está instalada esta instituição foi outrora o Hospital Militar de Infantaria 13 . Possui dependências arejadas, cheias de luz e

Foral de Vila Real doado por D. Dinis e Dª Isabel em 1289

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Foral de Vila Real doado por D. Dinis e Dª Isabel em 1289 Em nome de Deus amen.  Conhecida coisa seja a quantos esta carta virem e ouvirem que eu D. Dinis, pela graça de Deus, Rei de Portugal e do Algarve juntamente com minha mulher Rainha Dona Isabel , filha que foi do mui nobre Rei D. Pedro de Aragão, faço carta de foro para todo o sempre a vós povoadores de Vila Real de Panóias.  Convém a saber: a mil povoadores dou e outorgo a vós Sesmires ( terreno a sul de Montezelos, compreendido entre o Corgo e o Cabril ) e Parada Cunhos.  E a veiga toda do Cabril e Montezelos e a da Timpeira e Vilalva com todos os seus termos e com todos os seus direitos e suas pertenças que tenhais cada um as suas coirelas ( terras ), pera, vinhas e suas almoinhas ( hortas ) tamanhas como as melhor puderdes haver. E com estas coirelas ( terras ) e com estas almoinhas ( hortas ) haver cada homem uma casaria dentro no castelo quantos aí puderdes caber, e os outros no arrabalde.  E por isto deve cada homem dar

Vila Real coberta de neve (1924)

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Panorama parcial da formosa cidade transmontana obtida por ocasião da grande nevada que ali caiu nos primeiros dias do mês corrente [Março]. (Vista tirada do Calvário para os lados de S. Dinis, vendo-se à direita as torres de S. Pedro) Um aspecto da Quinta da Boavista, durante a referida nevada. As margens da linha férrea  e dependências da Fábrica de Cerâmica Vila Real Limitada, coberta de neve. (Clichés Miguel Monteiro e António Soares) Fonte: "Ilustração Portuguesa", nº945, 29 de Março de 1924 Sugestões: O pinheiro da Raposeira Avenida e Jardim da Estação do Caminho-de-ferro Capela de Santo António – já não existe em Vila Real!

O Convento de São Francisco em Vila Real

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Convento de São Francisco “Pelos finais do terceiro quartel do século XVI, havia em Vila Real um homem de nome Diogo Dias Ferreira . Era pessoa muito religiosa, que havia inclusivamente feito voto de castidade. Era também pessoa com avultados bens de fortuna e com desejos de aplicar uma parte dela numa obra pia que pudesse ser “do divino agrado”. Chegam entretanto ecos a Vila Real dos conventos franciscanos de Lamego e de Torre de Moncorvo, e dos benefícios que a sua fundação havia trazido para essas terras. Diogo Dias Ferreira pensou então que talvez tivesse chegado o momento de conseguir benefícios semelhantes para Vila Real e de desenvolver esforços para a fundação nesta vila de um convento franciscano. Falou com algumas pessoas influentes para escolha do local, que recaiu em terrenos existentes na saída para norte, junto à fonte chamada de Codessais . Em seguida foi falar com o guardião do convento de Lamego, expondo a sua ideia e oferecendo-se para, além de outras generosi

Vila Real - edifício do antigo colégio de Nª Sª do Rosário

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(Cliché do rev. José Barrias) Ilustração Católica, nº64 - 19 de Setembro de 1914 Colégio de Nossa Senhora do Rosário - Vila Real “Em 1915, sendo provedor da Misericórdia, o Presidente da Câmara, Dr. Augusto Rua , a mesma Misericórdia entabulou negociações com monsenhor Jerónimo do Amara l , a fim de ser adquirido para hospital o atual edifício, onde até 1910 funcionara o Colégio de Nª Senhora do Rosário , propriedade do mesmo monsenhor. Negociações que depressa chegaram a bom termo, tendo o Hospital passado assim do atual edifício da Câmara para o do antigo Colégio de Nª Senhora do Rosário . A capela pertenceu à colegiada de Santa Ana , demolida em 1916 para construção do Banco do hospital, tendo a mesma capela sido poupada.”  (“ Vila Real de Trás-os-Montes ”, Correia de Azevedo) Nota: Em parte do antigo Colégio de Nossa Senhora do Rosário , entre 1911 e 1915, funcionaram algumas turmas do Liceu de Vila Real .  Isto porque, conforme decreto publicado no Diário do Governo, de 20 de

Vila Real de Traz os Montes vista em 1907

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Vila Real , como muitas das maravilhas que a antiguidade legou aos séculos, desde a figura errante de Homero, vagamente afirmada nos gastos mármores de Paros, à ânfora esbelta de ouro e coral em que Cleópatra saciava a ardência dos seus lábios de deusa amorosa, vive para nós, relativamente à sua origem, meio envolta na indecisão nebulosa das probabilidades e das lendas. E, no entanto, Vila Real não tem a idade longínqua de Homero, nem os largos anos da ânfora preciosa da velha dinastia dos Lágidas. A sua idade é quase moderna - não vai além do domínio da fé romana no solo feroz em que nasceram, em que cresceram e engrossaram os troncos fibrinosos das naus da Índia. Vila Real , ao pé das minúsculas cidades etruscas, acocoradas na suavidade das colinas abundantes, sonhando com os seus deuses sanguinários de outrora, está apenas na infância da sua vida risonha a pacata. A bisbilhotice da História, porém, ao vê-la nascer, tão espantejada de ares, tão rica de vegetação, esqueceu-