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Como estava organizado o Museu Etnográfico de Vila Real

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Costume transmontano: croça “(…) Tivemos o prazer de percorrer o Museu de lés-a-lés e verificamos que, com tantas abnegações e sacrifícios, e em tão pouco tempo, não era possível fazer-se melhor, nem com as dificuldades que se tiveram de vencer. Vamos dar, resumidamente, uma ideia do que é o Museu Etnográfico de Vila Real , o qual constitui um relicário das preciosidades populares deste simples e laborioso povo, Museu tão cheio de curiosidades locais. Ao penetrarmos na Sala nº1 , depara-se-nos logo a estátua monumental , símbolo dos principais labores e fontes de riqueza da Província de Trás-os-Montes e Alto Douro , da autoria do insigne escultor Armando Correia. Na mesma Sala, todas as indústrias têxteis têm representação com artigos de linho, seda e lã fabricados nesta Província. Na Sala nº2 , estão representadas as artes e ofícios, vendo-se aí inúmeros objectos regionais das profissões de -  cesteiro ,  - ferreiro,  - oleiro, - latoeiro ,  - tamanqueiro ,  - pauseiro,  com

Roteiro arqueológico e artístico do concelho de Vila Real

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“O Concelho de Vila Real situa-se, grosso modo , na concha geológica escavada pelo rio Corgo e seus afluentes. O fulcro deve ter sido um lago formado pelo rio Cabril , cobrindo os terrenos baixos das actuais freguesias de Lordelo, Vila Marim e Parada de Cunhos. Ter-se-ia escoado através da garganta aberta entre a Vila Velha e o Monte da Forca . Esta larga concha geológica em que se confina o concelho é limitada,  - a Sul , pelos topos das encostas da margem direita do rio Douro ;  - a Norte , pela Serra da Padrela ;  - a Nascente , pelos planaltos da Azinheira ;  - e, a Poente , pelas serras do Marão e do Alvão . Terra de largas paisagens, mimosa em água, que brota de milhares de fontes, abundante em caça e pastagens, deve ter sido muito disputada através dos milénios.  E todos os povos por aqui deixaram marcas indeléveis. Talvez procurando a amenidade do hipotético lago, os homens do Paleolítico teriam um lugar de paragem temporária em Vila Marim.  Dois machados de pedra

O senhorio de Vila Real – O trágico fim do seu último marquês

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«Até ao reinado de D. Fernando , andou Vila Real na propriedade da coroa ; este monarca, porém, deu-a a D. Leonor Teles de Menezes , sua mulher, que, depois da morte daquele e conspirando contra a autonomia da pátria, cobriu de vergonha o País. Levada pela ambição que a dominava, chamou seu genro, D. João I de Castela , a quem mandou aclamar nas terras de que era donatária. Mas, debulhada ela, em breve, de suas opulências e recolhida à força no mosteiro de Torresilhas, passou Vila Real para João Rodrigues Porto Carreiro , senhor da Vila de Anciães. Mau patriota também, ligou-se este fidalgo ao partido castelhano, sendo derrotado por Vasco Rodrigues de S. Payo . O vencedor recebeu de D. João I de Portugal os bens do renegado, a excepção de Vila Real, ao tempo em poder de uma filha de Porto Carreiro , casada com um sobrinho de Leonor Teles. Resgatou este, quanto possível, as faltas da família, porque combateu sempre sob a bandeira portuguesa, e com valor e lealdade se houve

Joelho da Porca | Gastronomia de Vila Real

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Joelho da Porca Ao lado das especialidades locais (sopas, vitela e cabrito assados com arroz de forno, covilhetes , tripas aos molhos , posta maronesa, bola de carne e diversos enchidos), o vila-realense soube também adoptar como suas e adaptar ao seu gosto algumas especialidades de outros lugares. Algumas de tradição nitidamente trasmontana, como os pratos de bacalhau , o cozido à portuguesa e os milhos ; outras originárias de diferentes culturas, como é o caso do joelho da porca , sendo que, à atracção por este prato, não deve ser estranha a circunstância de o porco ser uma das bases da alimentação trasmontana e uma das carnes mais apreciadas e aproveitadas . O joelho da porca (*) é uma criação recente, do início dos anos 80 do séc. XX, do Restaurante Espadeiro , a cujos proprietários (Maria Celeste Carvalho Pipa e Manuel Augusto Pipa), por ocasião de uma Semana Gastronómica Portuguesa realizada com o apoio da Câmara Municipal de Vila Real em Osnabrück (Alemanha), e conf

Imagens da colocação da estátua de Diogo Cão em Vila Real (1958)

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Diogo Cão  foi o comandante das armadas que, entre 1482 e 1486, fizerem o reconhecimento da  costa ocidental de África , desde o  cabo de Catarina até à Serra Parda . O feito mais notável é o da  chegada à foz do rio Zaire , em Abril de 1483. Sobre  Diogo Cão  escreveu  Fernando Pessoa : “ O esforço é grande e o homem é pequeno. Eu, Diogo Cão, navegador, deixei Este padrão ao pé do areal moreno. E para diante naveguei. E ao imenso, e possível oceano Ensinam estas Quinas, que aqui vês, Que o mar com fim será grego ou romano: O mar sem fim é português .” Em Vila Real, a sua memória - para além da Casa Diogo Cão , onde a tradição afirma que terá nascido - está perpetuada através de uma estátua, da autoria de Canto da Maya, que se pode ver no Jardim da Praça com o seu nome. Dá, ainda, o seu nome a uma rua, junto à Praça, e a um Agrupamento de Escolas, cuja Escola sede também tem o seu nome. Sugestão:  Diogo Cão - genealogia do intrépido e arrojado navegador português

Vila Real de Trás-os-Montes, por A. Lopes Mendes, em 1886

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Vila Real de Trás-os-Montes ( Desenho do natural pelo artista amador sr. Lopes Mendes ) Vila Real de Trás-os-Montes Vila Real , essa gentil princesa dilecta do rei lavrador D. Dinis , príncipe insigne em muitas virtudes, que em 1289 mandou proceder à sua fundação, arvorando-a em capital da terra de Panóias , demora a 41º e 16' de latitude norte e a 1º 20' de longitude oriental do meridiano de Lisboa. Assenta, como mostra o nosso desenho do natural, sobre imponentes alcantis, donde se disfrutam belos e pitorescos horizontes. O solo que lhe serve de base é enxuto, porque os dois rios Corgo e Cabril , que a cercam, correm fundos e vertiginosos; além disso, é toda assente em terreno granítico, alto, alegre e arvorejado, com exposição ao nascente, sul e ocidente, e por consequência mimosa, de uma atmosfera oxigenada e cheia de sol, tanto na florida primavera como no fértil estio, no rico outono e brando inverno. As montanhas que coroam Vila Real são as serras do Marão a oes

A Monarquia do Norte - "Os acontecimentos de Traz-os-Montes"

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"Os acontecimentos de Traz-os-Montes" Novos documentos dos sucessos ocorridos em Vila Real , em fevereiro último [1919], ficam arquivados nas páginas da Ilustração Portugueza , que presta também homenagem à memória de três dedicados republicanos ali barbaramente assassinados pelos realistas.  Em  Vila Real  – A rua [Rua Dr. Roque da Silveira, mais conhecida como Rua Direita] onde está situada a habitação do republicano sr. Domingos de Araújo, cujas vidraças foram completamente estilhaçadas a tiros de pistola [informações complementares no final]. Muitos outros, como o sr. Miguel Monteiro, que obsequiosamente nos enviou estes clichés devem a vida ao terem-se ausentado de Vila Real, por haverem sido insistentemente procurados pelos trauliteiros. A província de Traz-os-Montes foi, pois, uma das mais sacrificadas e que maiores provas de fé republicana manifestou, confirmando assim o adagio: « Áquem do Marão mandam os que cá estão ». Em Vila Real – Um aspeto do interior

A intervenção arqueológica na Vila Velha

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  Vila Real em 1909, vista do Cemitério de São Dinis. Em primeiro plano a Vila Velha A Intervenção Arqueológica na Vila Velha Idade do Ferro Em relação às estruturas detectadas com cronologia da Idade do Ferro , podem-se referir: uma casa redonda na sondagem 4 (Fig. 2), lareiras na sondagem 1, 4 e 6 (Fig. 3), grelhas de forno na sondagem 4 e 6 e vestígios de muralha na sondagem 25 (Fig. 4). Em relação ao espólio foram exumadas sementes junto a algumas lareiras, até ao momento não analisadas, e cerâmicas feitas à mão apresentando muita mica como desengordurante. As cerâmicas são atribuíveis à Segunda Fase B, isto é, têm uma amplitude cronológica do séc. VII a.C. ao séc. V a.C., mas que podem chegar até ao séc. II a.C. Algumas apresentam como acabamento, um alisamento feito com um pano. Em termos de decoração aparecem os brunidos, os estampilhados de círculos concêntricos, e puncionamentos, mamilos, incisões, etc. (Fig. 5). As formas mais comuns são as panelas de cozinha, a