Sé de Vila Real | Rota das Catedrais a Norte


Sé de Vila Real

A igreja de São Domingos, atual Sé de Vila Real, foi sede de um Convento dominicano erigido a partir de 1424.

Sendo considerada o melhor exemplar transmontano da arquitetura gótica, revela ainda traços
românicos como a extrema robustez dos seus muros ou a escassa iluminação do interior.

A Sé é um monumento despojado e funcional, apresentando uma planta composta por três naves de três tramos, transepto saliente e cabeceira de Capela-mor única.

É enquadrada por um adro ornado com um cruzeiro de alto fuste e por um muro de pedra com dois portais, delimitando a antiga zona do convento.

Esta igreja foi reformada no séc. XVII, tendo-se construído a torre sineira no lado oposto da Capela-mor.

Após a extinção das ordens religiosas, este templo entrou num período de decadência, tendo sido alvo de um violento incêndio em 1837.

Em 1924, após a criação da Diocese de Vila Real, este Monumento Nacional é elevado a categoria de Sé, sofrendo obras de requalificação e valorização.

Nas últimas décadas ocorreram intervenções de conservação e restauro no interior e no
exterior deste Monumento procurando devolver a sua dignidade e promover a sua valorização.

Fachada principal

A fachada principal é marcada por robustos contrafortes que enquadram o seu pano central, onde é rasgado um portal em arco de três arquivoltas.

Destacam-se ainda a cruz grega em trevo na cornija, uma rosácea com vitrais e os dois nichos que albergam as imagens pétreas de São Francisco e São Domingos com o cão.

Retábulo-mor

As intervenções de requalificação, motivadas pelo incêndio que destruiu grande parte do recheio da igreja, levaram a instalar, já no séc. XX, o atual retábulo-mor, obra maneirista proveniente do convento cisterciense de Odivelas.


Naves e capitéis

O interior do templo apresenta um ambiente austero devido ao restauro da década de 30 do séc. XX.

As paredes das naves são em cantaria aparente, o pavimento em lajes de cantaria e as coberturas de madeira.

As naves separam-se por três arcos apontados, múltiplos, sobre pilares cruciformes, com capitéis cúbicos decorados com motivos naturais e animais.


Arcossólios com arcas tumulares

A Sé possui três nichos em arco integrados nas suas paredes laterais que integram túmulos, designados por arcossólios.

O arcossólio da família Teixeira de Magalhães (do lado esquerdo da entrada principal) é em arco apontado, de duas arquivoltas, ornado com motivos vegetalistas e alberga arca tumular com tampa facetada.

Na nave lateral oposta, abrem-se outros dois arcossólios, em arco apontado, ambos albergando arca tumular de tampa lisa.


Vitrais

Em 2003 foi instalado um conjunto de vitrais nas fenestrações do edifício, tendo sido convidado o pintor João Vieira a efetuar esta obra.

O artista traduziu o mistério do "Verbo", segundo os textos do Apocalipse e do Prólogo do Evangelho de São João, recorrendo a um cromatismo muito vivo e a expressões não figurativas, que incluem também os nomes dos doze Apóstolos e dos quatro Evangelistas.


Órgão de tubos

A última intervenção de vulto neste templo foi realizada em 2016 e resultou na instalação de um órgão sinfónico, adquirido à empresa italiana "Famiglia Vincenzo Mascioni".

É um órgão de quatro teclados, composto de trinta e três registos para um total de 2180 tubos.


Fonte: Folheto promocional da Rota das Catedrais do Norte (DRCN) | Imagem de destaque, c. de 1925

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